A maior criptomoeda por valor de mercado superou todos os principais índice do mercado de ações, tanto o Ibovespa quanto Nasdaq e S&P 500. A força dos touros continuará na segunda metade do ano?
Recapitulando a montanha russa que foi o início do ano
O mercado acionário americano registrou um declínio trimestral recorde quando o primeiro trimestre terminou. O Bitcoin, no entanto, não se saiu tão mal, apesar de ambos os mercados terem sido esmagados durante a liquidação da quinta-feira negra.
Os criptoativos como Bitcoin, Ethereum, XRP e outros passaram três ou mais anos em um mercado em baixa. Esses ativos pareciam subvalorizados e estavam prontos para uma nova tendência de alta quando ocorreu o grande colapso.
Enquanto isso, o mercado de ações nos EUA começava a atingir um novo recorde histórico após quase uma década de um mercado em alta. Antes da Quinta-Feira Negra, o último grande crash na bolsa de valores foi durante a Grande Recessão.
Leia também: Segunda-feira negra: Petróleo e Bitcoin caindo, dólar em alta
A emergente classe de ativos que sai de um mercado em baixa para uma nova alta e um mercado de ações encerrando seu mercado em alta podem ter feito toda a diferença.
Isso pode ser visto no fechamento de dados do primeiro semestre de 2020, mostrando como o Bitcoin e o criptomercado superaram amplamente os índices de ações mais populares.
Bitcoin vence o Ibovespa, S&P 500 e Nasdaq no primeiro semestre de 2020
Dados do primeiro semestre de 2020 mostram que o BTC/BRL encerrou os primeiros seis meses com um retorno de investimento de 72%. Já no par com o dólar, o aumento do Bitcoin representou cerca de 27%.
Isso porque o mercado de criptomoeda é mais influenciado pelo mercado internacional, e o real se desvalorizou em relação ao dólar em 2020. O dólar iniciou o ano a R$ 3,80, e hoje é negociado por volta de R$ 5,34.
Do início do ano até hoje, o índice Nasdaq cresceu apenas 15%. O índice de ações com tecnologia pesada estava entre os poucos que não apenas se recuperaram da Quinta-Feira Negra, mas também estabeleceram um novo recorde histórico.
No entanto, a volatilidade do Bitcoin contra a Nasdaq atingiu níveis mínimos. A última vez em que esses baixos foram atingidos, o mercado altista do Bitcoin começou, e eventualmente chegou ao seu topo histórico em 2017.
Já o S&P 500 teve um desempenho menos interessante do que o BTC ou o Nasdaq. O SPX encerrou o primeiro semestre com uma perda de 4% ao longo dos primeiros seis meses do ano.
A bolsa brasileira foi a que mais perdeu valor, apesar de estar quase se recuperando e encostando nos 100 mil pontos novamente, ainda está no negativo em -13% em 2020.
O melhor desempenho do Bitcoin pode ser atribuído à sua capacidade de servir como um hedge contra a inflação, e por isso estar atraindo cada vez mais investidores.
Os investidores têm procurado um ativo que pode desempenhar um papel semelhante ao ouro, que recentemente estabeleceu novos máximos não vistos desde a Grande Recessão.
A criptomoeda possui um limite de 21 milhões de unidades, é negociada em todos os lugares do mundo e é garantida pela tecnologia blockchain, que possui outras aplicabilidades fora o dinheiro.
A escassez real do criptoativo pode levar seu valor a disparar com o aumento da demanda, principalmente se houver um cenário de grande inflação, seja no Brasil ou no exterior.
Essa demanda pode estar apenas começando, e a segunda metade do ano poderá mostrar um desempenho ainda melhor do Bitcoin sobre o mercado de ações, se a tendência continuar.
Veja mais: Mike Novogratz diz que “por enquanto” holda mais ouro que Bitcoin