Descentralização, inclusão social, ajudar as pessoas que não têm banco, são algumas das promessas feitas por evangelistas do mercado de criptomoedas, mas a realidade não é bem essa em alguns protocolos.
25% do salário mínimo em uma transação? Loucura!
De acordo com dados do Bitcoininfocharts, o custo médio de transacionar na rede de contratos inteligentes Ethereum chegou a incríveis R$191,10, isso representa 15% do salário mínimo vigente no Brasil.

Não é a primeira vez que isso acontece e a criptomoeda Ethereum nãseuo é a única que sofre com problemas de taxas tão altas quanto as bancárias. Na semana passada, a taxa média de transação do ETH chegou a US$50 ou R$273 ou 22% do salário mínimo.
O Bitcoin, principal criptomoeda, já teve taxas de transação médias superiores a US$60 há menos de um ano.

Por que custa tão caro transacionar nessas criptomoedas?
O bitcoin e boa parte das criptomoedas funcionam como um ônibus com limite de passageiros e com um motorista que dá lugar para quem pagar mais.
A cada dez minutos um ônibus (bloco de transações) chega na “estação Bitcoin”, os passageiros mais ricos (transações que pagam mais) e que podem subornar o motorista geralmente têm preferência.
Quando há pouca demanda de passageiros, o custo de subornar o motorista cai. Nesse exemplo, o motorista é o minerador que já ganha milhões de dólares em bitcoin ao minerar um bloco.
O número de transações no blockchain do bitcoin é de teóricas 7 por segundo, um número muito pequeno se comparado com redes de pagamento como a Visa e Mastercard com mais de 3 mil.
Nem todas as criptomoedas são assim
Por design parte da comunidade do Bitcoin escolheu deixar seu ônibus extremamente pequeno. Atualmente a comunidade está investindo em outras soluções que até o momento viram pouca adoção como meio de pagamento, além de enfrentarem sérias falhas de segurança e descentralização.

Criptomoedas que não custam ¼ do salário mínimo para transacionar
Mas não o sonho de entregar liberdade e soberania financeira a um preço transacional baixo não acabou. Não são apenas pessoas ricas que podem desfrutar dos benefícios das criptomoedas.
O projeto Nano, que usa uma tecnologia diferente da maioria das criptomoedas, consegue realizar teoricamente dezenas de vezes mais transações por segundo e de graça. A nano conta com uma forte comunidade no Brasil.
Outro projeto que pode valer a pena observar é o Monero, uma espécie de banco suíço para o cidadão comum. Com altíssima privacidade, esta criptomoeda reduz os custos absurdos para se ter privacidade financeira, soberania e anonimato. Além disso, ela conta com um sistema inteligente para aumentar o tamanho dos blocos (dos ônibus na nossa comparação) de acordo com o crescimento da rede.
Outras criptomoedas e até mesmo os desenvolvedores do Ethereum e do Bitcoin estão procurando maneiras de tornar as transações digitais mais baratas e menos complexas. O sonho de um dinheiro digital que possa substituir nosso sistema bancário corrupto não acabou!
Confira também nosso tutorial para pagar menos para os mineradores no Bitcoin: