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​​Bancos que foram criticados por criador do Bitcoin há 13 anos agora aceitam criptomoedas

Seis Megabancos

Em 3 de janeiro de 2009 o blockchain do Bitcoin via o seu ‘bloco gênese‘ com uma mensagem de protesto: “The Times 03/Jan/2009 Chanceler à beira de um segundo resgate aos bancos“.

Era o título de uma matéria do jornal The Times, que noticiava que o governo estava analisando salvar novamente os bancos privados com dinheiro público. Além de provar que o primeiro bloco começava realmente a partir daquela data, sem pré-mineração, Satoshi poderia estar mostrando a intenção de sua criação.

Como o Bitcoin é uma rede que descentraliza o poder de criação de novas moedas, impondo um limite à inflação monetária e dando total autonomia aos detentores de suas próprias riquezas, um resgate aos bancos como o da crise de 2008 seria impraticável.

De acordo com um relatório da Better Markets, pelo menos US$ 29 trilhões em dinheiro dos pagadores de impostos foram emprestados, gastos, ou garantidos aos bancos pelo governo.

“O povo americano foi informado de que esse resgate sem precedentes era necessário porque, se as instituições financeiras gigantescas… quebrassem e fossem à falência… então eles derrubariam todo o sistema financeiro, o que derrubaria a economia dos EUA.”, escreve o relatório.

Dos mais de US$ 29 trilhões em resgates, 8,2 trilhões de dólares foram destinados aos “Seis Megabanks”; Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Wells Fargo.

13 anos depois, o Bitcoin chegou aos bancos

A visão de um mundo “hiperbitcoinizado“, com total liberdade monetária, não passava de uma utopia nos primeiros anos do Bitcoin. Quando o criador, Satoshi Nakamoto, apresentou essa invenção ao mundo, os primeiros comentários foram críticas em relação a sua falta de escalabilidade.

Porém, anos mais tarde, centenas de desenvolvedores estão dedicados a aprimorar o Bitcoin e milhões se consideram usuários da rede e aceitam o bitcoin como pagamento. Até mesmo um pequeno país, El Salvador, deu status de moeda oficial para o BTC.

Os bancos que Satoshi criticou? Todos estão hoje oferecendo produtos relacionados às criptomoedas, embora tenham criticado o bitcoin e o setor de criptoativos anteriormente.

Bank of America

Em março do ano passado, este banco afirmou que não havia motivos para ter bitcoin, a não ser a especulação de preço. Claro que a valorização do BTC atrai os investidores, mas a possibilidade de “ser o próprio banco” é a principal proposta de valor do bitcoin.

"Bank of America diz que não há nenhuma boa razão para ter bitcoin a não ser especulação". Fonte: CNBC.
“Bank of America diz que não há nenhuma boa razão para ter bitcoin a não ser especulação”. Fonte: CNBC.

Meses mais tarde, em outubro de 2021, o Bank of America estava anunciando a sua research de criptomoedas. “Esse mercado está crescendo! Isso é popular, e não envolve apenas o Bitcoin”, admitiu o chefe de Research Global do Bank of America Securities.

Citigroup

No final de 2020, este banco estava recomendando a venda de ações da MicroStrategy (MSTR) por conta da compra agressiva de bitcoin por parte da empresa de inteligência empresarial.

O tempo mostrou o quão acertada foi a decisão de Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, de utilizar o bitcoin como reserva de valor e alavancar não só os lucros da empresa, mas também a sua popularidade.

Apenas há cerca de 10 meses veio a reviravolta da opinião do Citibank, hoje em dia os seus analistas enxergam um gigantesco potencial para o bitcoin, citando adoção de grandes empresas como Tesla e MasterCard.

A grande eficiência do bitcoin, de acordo com o Citibank, se mostra no mercado de remessas internacionais. Como tecnologia descentralizada, o BTC não enxerga fronteiras e nem sanções governamentais, além de ter taxas relativamente baixas em comparação com alternativas tradicionais.

"Bitcoin pode ser a moeda mais usada no comércio internacional, afirma Citibank". Fonte: Cointimes.
“Bitcoin pode ser a moeda mais usada no comércio internacional, afirma Citibank”. Fonte: Cointimes.

Goldman Sachs

Falando em mudança rápida de opinião, o Goldman Sachs estava criticando o bitcoin até o ano retrasado, quando apenas um ano depois, deu uma volta de 180 graus.

"Goldman Sachs: 'Bitcoin não é uma classe de ativos'". Fonte: WeBitcoin.
“Goldman Sachs: ‘Bitcoin não é uma classe de ativos'”. Fonte: WeBitcoin.
"Goldman Sachs endossa Bitcoin como nova classe de ativos". Fonte: WeBitcoin.
“Goldman Sachs endossa Bitcoin como nova classe de ativos”. Fonte: WeBitcoin.

Rapidamente o Goldman Sachs foi de espalhar FUD (como o de chamar bitcoin de moeda de criminoso, e outros) para oferecer produtos relacionados aos seus clientes.

Em um recente relatório de clientes, o banco ainda admite que o bitcoin foi o melhor ativo de 2021 em desempenho. Além disso, o Goldman Sachs enxerga um potencial de crescimento de 100 milhões de usuários para 4 bilhões.

JPMorgan Chase

O atual CEO do banco, Jamie Dimon, odiava (e provavelmente ainda odeia) o bitcoin, mas eventualmente teve que aceitar que a criptomoeda estava aqui para ficar.

Em 2017, ele afirmou que o bitcoin era uma fraude que poderia colapsar a qualquer momento. Anos mais tarde, ele chegou a se desculpar pela declaração.

"Bitcoin é uma fraude que vai estourar, diz chefe do JP Morgan". Fonte: The Guardian.
“Bitcoin é uma fraude que vai estourar, diz chefe do JP Morgan”. Fonte: The Guardian.

Certa vez, o CEO da JPMorgan avisou de forma infame que iria “despedir em um segundo” qualquer trader do banco que tocasse em bitcoins. “Se você for estúpido o suficiente para comprá-lo, você vai pagar o preço por ele um dia”, disse ele na época.

Com o tempo, o bitcoin fez Jamie Dimon dobrar os joelhos:

"JPMorgan lança fundo de Bitcoin para clientes ricos após anos criticando a criptomoeda". Fonte: Cointimes.
“JPMorgan lança fundo de Bitcoin para clientes ricos após anos criticando a criptomoeda”. Fonte: Cointimes.

Em março de 2021, o banco ainda apresentou outro produto para seus clientes, um investimento em empresas do setor de criptomoedas.

Morgan Stanley

Em 2018, uma das melhores épocas para comprar BTC, o banco focava em alertar seus clientes sobre os riscos de investir em bitcoin.

"Um grande relatório do Morgan Stanley mostra como o bitcoin está em perigo de se tornar vítima do seu próprio sucesso". Fonte: BusinessInsider.
“Um grande relatório do Morgan Stanley mostra como o bitcoin está em perigo de se tornar vítima do seu próprio sucesso”. Fonte: BusinessInsider.

O Morgan Stanley só foi mudar sua posição anos depois, mas foi pioneiro entre os grandes bancos a oferecer fundos de bitcoin para seus clientes mais ricos. Em 2021, dois fundos da Digital Galaxy e um fundo da NYDIG faziam parte do seu portfólio de produtos.

Hoje em dia? O próprio banco Morgan Stanley compra bitcoin regularmente através do fundo da Grayscale (GBTC):

"Morgan Stanley aumenta exposição e chega a US$ 300 milhões em bitcoin". Fonte: Exame.
“Morgan Stanley aumenta exposição e chega a US$ 300 milhões em bitcoin”. Fonte: Exame.

Wells Fargo

Por último, o banco que costumava compor grande parte da carteira de investimentos do crítico do bitcoin, Warren Buffett. O Wells Fargo era tão anti-cripto há dois anos que ele não permitia qualquer transação que envolvesse criptomoedas.

Quando os clientes tentavam usar o cartão do banco para adquirir bitcoin pela Coinbase, CashApp ou qualquer outra alternativa recebia o aviso “cartão não encontrado”.

"Wells Fargo não permite que clientes comprem Bitcoin". Fonte: Bitcoinist.
“Wells Fargo não permite que clientes comprem Bitcoin”. Fonte: Bitcoinist.

Embora tenha bloqueado o acesso a empresas de criptomoedas durante muito tempo, em 2021 o banco passou a oferecer criptomoedas para seus clientes. Além disso, o banco que também salientava os riscos e a volatilidade dos criptoativos, hoje defende o bitcoin das acusações de “bolha”.

"Bolhas 'não duram 12 anos', comenta Wells Fargo sobre Bitcoin". Fonte: Cointimes
“Bolhas ‘não duram 12 anos’, comenta Wells Fargo sobre Bitcoin”. Fonte: Cointimes

Em um relatório de 2020, o chefe de estratégia de ativos reais do banco reconheceu que o bitcoin não era uma bolha, mas provavelmente uma “nova corrida ao ouro”.

“Nos últimos 12 anos, eles passaram de literalmente nada para US$ 560 bilhões em capitalização de mercado. Manias geralmente não duram 12 anos. Existem boas razões para isso – razões que todo investidor deveria ouvir.”, escreveu o relatório.

Como nesta segunda-feira (3 de janeiro), o bitcoin faz aniversário de 13 anos, esse argumento ganha ainda mais força. Como diria Hal Finney, o primeiro usuário da rede Bitcoin além de Satoshi Nakamoto, a cada dia que passa e o bitcoin não colapsa por problemas jurídicos ou técnicos, isso traz novas informações ao mercado e aumenta a chance de sucesso do bitcoin e justifica preços maiores.

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